Entrevistamos Dario Senhoráns, veciño e militante da CNT detido por participar na Folga Xeral do 14-N

Dario S. A.Dario Senhoráns saltou nesta semana aos titulares da prensa masiva con motivo da súa detención pola Policía española. Natural de Ribeira, con 21 anos e estudante de Medicina, milita no Sindicato de Oficios Varios da Confederación Nacional do Traballo (CNT) en Compostela e participa na Asemblea Popular Aberta de Indignados do Barbanza e na de estudantes da USC. Entrevistámolo para o noso portal tras a súa detención.

Foche detido na pasada terza-feira 5 pola Policía. A que se debeu a túa detención? De que te acusan?

Assim é, fum detido  na terça arredor das 14:00. No momento de prenderem-me dixérom-me que estava detido por “danos” e “desordes públicas”, mas sem especificarem quando, onde nem como ocorreram, segundo eles, esses danos e desordes. Nom foi até as 9:00 do dia seguinte quando me comunicam que me acusam da rotura da várias cristaleiras em distintas sucursais bancárias durante a jornada de Paro Geral do 14 de novembro.

Podes describir o trato policial que recibiche desde a túa detención ata que te poñen a disposición xudicial?

Do trato recebido polos cans obedientes do Estado e o Capital, se se óbvia que o simples facto de terem alguém retido em contra da sua vontade utilizando como coaçom a sua força e as suas armas durante o tempo que lho ordea o seu amo já supom um atentado total contra a dignidade humana, se passamos algo tam importante por alto, poderia dizer que o trato foi correto quase na sua totalidade (descontando a prepotência e ineptitude dalgum), sem sofrer o que se soe entender como tortura. Mas eu nom podo obviar isso: a mim uns senhores uniformados sequestrárom-me e tivérom-me retido contra a minha vontade durante 31 horas; por isto, tam só podo desejar-lhes o pior a eles e ao resto dos membros do aparelho repressor partícipe nesta operaçom e em todas as demais deste tipo. Algum dia pagarám bem caro todo o dano causado.

Xa nos xulgados, que é o que acontece? En que situación legal te encontras agora?

Quando passo porfim a disposiçom do poder judicial, fago declaraçom ante o juíz e logo comunicam-me que fico em liberdade com cargos, imputam-se-me os delitos de “danos” e “desordes públicas” e estou obrigado a comparecer no tribunal os dias 1 e 15 de cada mês.

A Policía rexistou a túa casa, con moito aparato mediático e criminalización, e anunciou novas detencións.

Exato, a polícia entrou na minha morada para inspecioná-la, deixando todo o que mirárom completamente desordenado, como de costume. Foi sem dúvida do mais desagradável de todo: ver o teu lar cheio de indivíduos aos que queres ter o mais longe possível da tua vida, mentres invadem por completo a tua intimidade e levam com eles todas as pertenças que queram.  Em concreto levárom-me várias prendas de roupa, umha bandeira anarcosindicalista e diverso material impresso e manuscrito de conteúdo político, típico de ditaduras coma esta, à que já lhe caiu quase toda a maquilhagem que levava acima desde 1976. Isto demonstra de jeito claro o conteúdo político do juízo, no que já nom só se julgam uns supostos factos delitivos, mas as ideias políticas duns indivíduos.

No que se refire ao dispositivo despregado, o dito, completamente desproporcionado, com 12 ou 15 polícias em total, vários carros policiais, os vizinhos reunidos ficando perplexos… Todo esse espetáculo só para levar roupa e propaganda política, aberraçom é dizer pouco de todo isso. Suponho que queriam dar um golpe de efeito

A respeito do anúncio de novas detençons, a esta altura infelizmente já temos confirmada a detençom dumha estudante da USC em 8 de fevereiro às 20:00 quando se atopava na Alameda de Compostela.  Umha moça consciencializada, combativa e comprometida, da qual qualquera que a conheça poderia resaltar a sua permanente disposiçom para luitar. Nom ficárom satisfeitos simplesmente com a minha detençom, vam a por todas as pessoas perigosas para os seus interesses, e nom descartaria nem muito menos que houver mais detençons nos vindeiros dias.

Houbo concentracións durante o tempo da detención. Como valoras a resposta solidaria habida? En que pensas que se pode mellorar a este nivel?

A resposta solidária por parte da gente foi total e encheu-me de emoçom desde o primeiro momento que fum ciente dela, quando me dirigírom à minha morada para o registo. Logo olhar toda a gente na porta do tribunal das Fontinhas, saber da concentraçom na Praça do Pam… foi umha surpresa olhar tam ampla resposta, umha surpresa muito gratificante. Demonstra-se assim, mais umha vez, que sabemos unir-nos todos ante a repressom do inimigo comum e respostar rapidamente e de jeito contundente. Faltam palavras para que poda exprimir completamente toda a minha gratitude a tanta gente que me deu o seu apoio.

A melhorar, neste caso particular, acho que nom há muito. Em geral para qualquer caso de repressom que se ponha por diante, tam só salientar que é completamente necessária a uniom de todos os que luitem de maneira clara por liquidar o Sistema Capitalista e por construir umha sociedade que se identifique com as características essenciais do Socialismo, sobretodo quando a repressom é tam frequente coma nos últimos tempos. Nestes casos nom vale seitarismo de nengum tipo, tocar a quem tocar, a unidade de açom tem que ser o primeiro. Em relaçom com isto último, vejo preciso também artelhar num futuro a meio praço a criaçom dum movimento anti-repressivo que se dote dumha organizaçom mais unitária. Respeito e admiro a mais nom poder o trabalho que estám a fazer as distintas organizaçons anti-repressivas existentes atualmente, mas acho que é precisa umha uniom orgánica que nos dote de mais eficiência e capacidade de resposta neste eido. Por suposto, esta uniom de que falo teria que dar-se da maneira mais harmónica possível, sem forçar as cousas, para garantir assim a permanência no tempo.

A detención de folguistas, dous meses despois da Folga Xeral do 14-N, cando o Estado español se encontra nunha profunda crise, parece obedecer a directrices políticas. Como valoras o que está a acontecer?

A ninguém pode estranhar o aumento da repressom ao mesmo tempo que se fai mais profunda a crise do sistema capitalista e mais ampla a luita da classe trabalhadora. O Estado só entende disso para solucionar os seus problemas, de coaccionar ao conjunto dos trabalhadores para que fiquem parados mentres degradam até níveis inhumanos as nossas condiçons de vida e poder manter assim os benefícios da grande burguesia, e de castigar severamente a quem se atreva a arrebatar-lhe o monopólio da violência. Mas como se soe dizer “se o Estado che reprimir é porque lhe estás a fazer dano”; por isso todo isto nos reafirma na nossa posiçom.

Queres engadir algunha cuestión máis sobre estes feitos?

Para rematar só quero dar ánimos a toda a gente ciente e combativa para que sigam na luita e nunca deixem que o medo, que é a arma mais poderosa que tem o Estado para anular-nos, os invada e os faga abandonar. Todo revolucionário deve estar ciente de que a repressom chegará antes ou despois, dum ou doutro jeito; vale muito mais a pena viver umha vida sofrendo o castigo por intentar atingir a liberdade que umha vida de eterna escravitude consentida.

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